Na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de São Miguel do Passa Quatro realizada ontem (28/11/11), a Vereadora Marlene Aleluia (PT), fez um pronunciamento com alegação de que está sofrendo perseguição política por parte do Prefeito Márcio Cecílio (PSDB). Marlene também é servidora efetiva (concursada) da Prefeitura de São Miguel do Passa Quatro e exerce o cargo de técnica de enfermagem da saúde municipal. A vereadora acredita que a perseguição contra a sua pessoa na condição de servidora da saúde municipal ocorre por causa de ações de fiscalização e críticas que fazem no exercício do seu mandato.
De acordo com alegação da vereadora: Entenda porque a servidora Marlene Aleluia está sendo perseguida pelo Prefeito.
PRIMEIRO MOMENTO
Por volta de novembro de 2009, a totalidade das doze servidoras efetivas no cargo de técnico de enfermagem do Hospital Municipal de São Miguel do Passa Quatro, após várias tentativas e algumas reuniões para tratar de um aumento de salário para a categoria, uma vez que o salário desta categoria era muito baixo, sendo necessário completar com gratificação para alcançar o mínimo, certo dia o prefeito Márcio Cecílio decidiu doar via Ação Social da Prefeitura um vale compra (cesta básica) do valor de R$100,00 em alimentos para cada servidora. Marlene Aleluia que também é vereadora (PT), entendendo que a doação feria os princípios da legalidade, da moral e da ética não aceitou a doação, isto feito via ofício protocolado na prefeitura. Passado o tempo aproximado de um ano, um projeto aprovado pela câmara de vereadores criou condições para aumentar o salário dos servidores da prefeitura. Porém, o projeto de autoria da prefeitura abriu uma larga margem percentual de gratificação, desta forma o aumento se deu em forma de gratificação. Assim sendo, o projeto condicionou para o prefeito controlar o salário de cada servidor municipal. No entanto, com este projeto o salário das servidoras técnico de enfermagem do hospital municipal teve aumento de cerca de R$ 144,00, mas pago em forma de gratificação. Como a servidora Marlene Aleluia havia dispensado a doação da cesta básica, o prefeito não quis aumentar no seu salário o valor da gratificação, sendo que aumentou para as outras onze companheiras de profissão. Então, chateada a servidora depois de conversas sem solução com a secretária de saúde e com o vice-prefeito da cidade, humildemente foi até o prefeito Márcio Cecílio para reivindicar igualdade de direito no vencimento da categoria. Quando Marlene Aleluia reivindicou o aumento ouviu do prefeito as seguintes frases: “Vota no Marconi”. “Você me mandou uma cartinha dispensando”. “Também você não vem aqui me ver”. Marlene justificou que tinha outra posição política, mas a conversa surtiu efeito e o prefeito mandou pagar na folha a gratificação para igualar com as demais companheiras de profissão.
SEGUNDO MOMENTO
Nos meses seguintes, julho, agosto, setembro e outubro, Marlene recebeu seu salário com o aumento (gratificação), tudo certo. Porém, a servidora Marlene que também é vereadora (PT) teve a gratificação retirada do contracheque no salário de novembro. A vereadora alegou que a retirada da gratificação veio como represália, perseguição contra a funcionária da prefeitura por parte do prefeito por sempre assumir postura de independência no exercício da função de vereadora e disse acreditar também que a principal motivação ocorreu diante de uma denúncia que apresentou no plenário da câmara municipal de a prefeitura teria nomeado o senhor Elciomar Borges da Costa como Secretário da Administração e Planejamento da Prefeitura. Lembrou que no período de fevereiro a julho de 2009 Elciomar foi nomeado para exercer a função de Coordenador de Controle Interno e logo depois para ocupar o cargo de Secretário de Administração e Planejamento da Prefeitura, só que residindo e trabalhando em Goiânia e ainda gozando de diárias com locação, saindo da cidade de São Miguel do Passa Quatro para Goiânia a serviços da Secretaria. Diante de tal situação para cercear o direito de liberdade de expressão da vereadora, houve interferência da secretária de saúde do vice-prefeito Genivaldo e mais uma vez o prefeito reconheceu e novamente ordenou o pagamento da gratificação para igualar seu vencimento com o vencimento das demais servidoras da categoria. A partir daí o pagamento vinha sendo feito com normalidade. Porém,
TERCEIRO MOMENTO
Quando a Irmã Célia e sua mãe Dona René foram brutalmente violentadas por bandidos, data (11/09/2011), a Dona René foi encaminhada para exames em Goiânia, a servidora Marlene Aleluia, ao acompanhar a idosa percebeu que as ambulâncias estavam em péssimas condições de uso, lembra que para abrir a porta traseira do carro o motorista teve que entrar pela janela do vidro lateral e ao fechar a porta ela não trancava, mesmo assim seguiu viagem, mas o carro apresentou outros problemas mecânicos e estragou de vez em Cristinópolis, então foi solicitado outro carro para chegar até o hospital em Goiânia. Ao descobrir o estado precário das ambulâncias a Vereadora Marlene Aleluia criticou e solicitou a realização dos reparos nas ambulâncias o que foi feito com urgência. Porém, como repercussão Marlene recebeu da secretária da saúde a notícia de que o prefeito novamente iria retirar a parte de gratificação do seu salário. As coisas continuaram no suspense, mas sem a retirada da gratificação. No entanto, com a saída do Dr. Humberto do hospital municipal por motivos políticos, e por ter sido apoiado pela vereadora que entende que sua saída foi injusta. Também porque o doutor comunga do mesmo ideal e faz parte do grupo político de oposição. Acreditando também que por motivação de reportagens veiculadas neste blog que é de responsabilidade do seu marido, com críticas à administração atual do prefeito, novamente a gratificação foi retirada do seu vencimento. Algo em torno de R$280,00, isto agora no contracheque de outubro de 2011.
QUARTO MOMENTO
O que machuca não é o valor retirado. Machucado nesta história é a Democracia, é perceber que a administração do prefeito Márcio Cecílio (PSDB) ainda é agarrada nos resquícios da ditadura militar, regime que exilou e matou com autoritarismo a liberdade de expressão de ideias, vontades e sonhos de muitos brasileiros.