sexta-feira, 12 de julho de 2024

Mensagem, Irmã Célia, Missa de 7º Dia

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE A IRMÃ CÉLIA EM S.M.P.QUATRO

Hoje, 11 de julho de 2024, quero aqui em nome da nossa comunidade, reavivar, manifestar sobre lembranças de alguns fatos que aconteceram por causa do amor, sabedoria e força da Irmã Célia, que viveu e cuidou muito de São Miguel do Passa Quatro.

Célia Cândida da Rocha, Irmã Célia, chegou aqui em São Miguel do Passa Quatro em 1991 para cuidar dos trabalhos da Igreja Católica. Ela liderou por muitos anos as atividades da comunidade, foi um tempo muito iluminado, de muitos estudos e reflexões da Palavra de Deus.

O legado histórico, o trabalho, a vida e toda construção realizada pela Irmã Célia em São Miguel do Passa Quatro, é tão grande que penso ser impossível de descrever. Isso, porque tem muito de suas obras que não chegaram ao nosso alcance. Também porque ela não manifestava, não tinha interesse em divulgar obras que realizava.

Lembro que quando aqui chegou começou seus trabalhos locomovendo de pé, depois em um fusca e depois fiat uno. Sempre seu veículo era visto em frente a alguma casa, ali estava a Irmã Célia conversando, criando e promovendo condições de melhorias de vida na família.

A Irmã Célia acreditava nas pessoas. Às vezes ela surpreendia a comunidade ao delegar atividades a pessoas simples para desenvolver projetos grandes e importantes para a coletividade. Essas coisas ela fazia com as pessoas da nossa comunidade, sinto-me que ela foi enviada a nós para ensinarmos sobre a força que pessoa tem, que é preciso crer e que seus sonhos, suas vontades podem se realizar.

A Irmã Célia criava condições para dar vez e voz às pessoas. Ela envolvia as pessoas no trabalho, com seus ensinamentos com seu jeito simples e fácil de ensinar e aprender e com sua convivência ensinou e promoveu muita gente. Eu sou testemunha, a Irmã Célia mudou muitas pessoas e transformou a vida de muita gente, inclusive a minha. Só pode ser, suas obras provinham dos Sinais, da Luz do Espírito Santo de Deus.

Com o decorrer do tempo e conhecer melhor a comunidade, a Irmã Célia, sentiu que era necessário atuar na política para construir e ajudar mais. Foi eleita prefeita e fez uma administração diferente, muito trabalho e muito envolvimento das pessoas, sua administração foi revolucionária.

Sendo ela a primeira freira a se eleger prefeita de um município brasileiro, o fato chamou atenção, sendo-a convidada por Jô Soares, tendo-a participado de um Programa na TV com o Jô Soares.

Logo que foi eleita e empossada, a Irmã Célia vivenciou momentos políticos e administrativos difíceis. Mais não se dobrou ou aceitou imposições e propostas indesejáveis ao bem público da municipalidade. E, logo depois, as coisas serenaram e vieram os tempos de harmonia e muitas vitórias.

Como prefeita, Irmã Célia criou vários conselhos comunitários e os conselheiros atuaram ativamente e fortemente ajudando na administração da prefeitura. Era um envolvimento muito legal, nas reuniões eram apresentadas a pauta, os temas eram debatidos e aprovados, às vezes com alterações e as ações eram encaminhadas para execução dos trabalhos.

Foi uma administração muito rica em todos os aspectos, mais o destaque maior ficou para o setor da educação. Foi uma administração de um progresso extraordinário no processo de ensino-aprendizagem, pois em todas as ações, de todas as secretarias, tinha o tempero, a essência educacional embutida.

Com sua ideologia revolucionária promoveu em sua administração um tempo de valorização real da honestidade, simplicidade, prosperidade e muita participação.

Sempre cuidando da Igreja. Aqui, na nossa comunidade não tinha Padre, então todos os trabalhos religiosos da Igreja eram coordenados pela Irmã Célia e olha que foi por muito tempo. Ela ficou aproximadamente uns vinte anos dirigindo os trabalhos da Igreja.

Com grande formação religiosa, a Irmã Célia usou de toda sua sabedoria e seu empenho diário para fortalecer a comunidade local na fé, no amor e para construção de vidas melhores.

Ela criou na zona rural quatorze grupos comunitários, tipo das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. Esses grupos foram criados em todas as regiões da zona rural do município. Criou também os grupos comunitários dos bairros da cidade.

Esses grupos funcionaram como fermento no pão da comunidade passaquatrense. Toda semana, um dia era especial para reunião pastoral em todas as regiões do município. Nessas reuniões eram trabalhados temas importantes. Lembro-me que eram fervorosos os estudos da Campanha da Fraternidade, Campanha do Natal e muitos outros.

A festa tradicional da cidade, em Louvor a São Miguel Arcanjo, era longa, tinha um dia especial para cada grupo de comunidade rural e depois a festa era complementada aqui na Igreja da cidade.

Como era muito trabalho, a Irmã Célia formou um grupo de pessoas, chamados Ministros Extraordinários. Esses Ministros formados pela Irmã Célia tinham a autorização do Bispo para Ministrar na Igreja e nos Grupos Comunitários. Tinha Ministros Extraordinários da Palavra, da Catequese, do Matrimônio, da Eucaristia e Outros.

Às vezes o Ministro Extraordinário estava presidindo a celebração e a Irmã Célia estava sentada no banco a Igreja assistindo, participando do momento religioso.

Depois nossa cidade passou a ter Padre, a Irmã Célia deixou o envolvimento direto da vida política e passou a cuidar inteiramente da obra do CCA, que nós conhecemos muito, não temos condições é de medir o também do amor plantado pela Irmã Célia ali no CCA, só sabemos que é um amor muito grande.

Irmã Célia, a senhora foi fantástica, incrível no amor, na perseverança, na coragem e nas tomadas de decisões. O nosso professorado, testemunha que a senhora criou condições e nos ensinou muito. Obrigado, Irmã Célia, Te Amamos! Saudades. Por mim: José Afonso de Aleluia

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